Brilhos,
brocados, copos de cristal
Brilhos, brocados, copos de
cristal
pirilampos nos cabelos
Desenterrais-me o olhar
das vossas cabeleiras com pérolas
Junto à porta ainda sinto o
sufoco
a carruagem desenfreada, rua fora
o baile dos vagalumes
nas cabeças
A noite avança
Cofiam-se bigodes fartos, já sem
políticas cartolas
Trincha-se
leitão luzidio, morto na travessa
Há toda uma armação
uma dobradiça que vos acompanha
para que vos senteis, elegantes,
à mesa
O animal fumega
A violeta de Parma exala dos
colos
! Ó femmes fatales!
(Comentais, entre risos, que
Georges Sand prefere
ouvir Chopin com patchouli)
Não ouvis, lá fora, os acordes do
povo sufocado
As execuções carecem de âmbar ou
baunilha
Cheiram a carne assada. devoram
a liberdade absoluta.
(in “Victorianas” - pág. 18 e 19;
Labirinto de Letras Editores, 2015)
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